terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Novas formas de achar talentos

No domingo li este artigo na Noticias Magazine e não pude deixar de pensar que isto está a tornar-se moda. Não moda no sentido literal da palavra, mas mais uma tendência, ou seja a editora em vez de apostar em alguém que ninguém conhece aposta em alguém que os leitores já conhecem.
Este ano conhecemos E.L.James uma senhora que ganhou a sua fama assim. Não faço ideia se Amanda Hocking é boa ou não e tão pouco tenho intenções de ler, pois tudo o que meta fantástico não é coisa que me faça sentir vontade de ler. Por isso não vou aqui questionar a qualidade ou falta dela nestes livros.
Eu percebo que uma editora aposte nestas coisas porque sabe o dinheiro que vai ganhar. Mas custa-me porque me parece que o leitor está a ganhar um poder cada vez maior e se por um lado é bom por outro é mau. Eu cada vez mais vejo o mundo a dar importância aquilo que vende, aquilo que toda a gente fala, não importa que seja do mais básico e mais simples que já se escreveu e a esquecerem aquilo que é realmente bom.
Do outro lado, quem quer escrever pode sempre pensar que vai também conseguir e a verdade é que nem todos têm o talento. Eu tenho ideias, que considero razoavelmente boas para alguns livros, mas nunca tive a capacidade e também a disciplina para desenvolver algumas delas, as que me parecem melhores.
Há ainda a questão de por optarem por este tipo de escritores estamos a perder qualidade e possivelmente daqui a dez anos ninguém se lembrará destes nomes, basta vermos que a vendas da Margarida Rebelo Pinto nunca foram iguais para os livros que se seguiram aos primeiros; possivelmente as pessoas abrem os olhos. Eu enquanto leitora, custa-me abrir a minha vida a um escritor e depois ver que ele nunca mais publica nada seja porque se perde no mundo editorial ou porque ele próprio tinha apenas uma ideia e nada mais. Gosto de criar um laço e com estas formas de achar novos talentos parece-me que não haverão muitos bons talentos no futuro...

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