quarta-feira, 13 de junho de 2012

Fifty Shades of Grey

Quem lê este blogue sabe que eu gosto de ler livros com enredos mais cor de rosa, já aqui o disse várias vezes e não tenho problemas em assumir. Os ditos livros divertem-me, nem tanto pela estória em si, mas porque ao lê-los dá vontade de rir. Aquilo são estruturas que assentam sempre no mesmo. Ela é sempre mais jovem do que ele, o rapaz é sempre rico, lindo de morrer e mais importante bastante experiente no campo sexual algo que inevitavelmente contrasta com a experiência dela geralmente pouca ou nenhuma, aka, virgem. A completa falta de realidade dos livros, acaba por divertir, os homens têm sempre olhos claros, mas nunca são verdes ou azuis, são de tonalidades que dificilmente se encontram como verdes indefinidos; incrivelmente ricos esta parte é importante, mas o melhor é o facto quase sempre apenas com um olhar proporcionarem prazer à rapariga, sim prazer sexual. Claro que na prática isso não acontece e nos livros também não mas essa ideia é explorada ad eternum. 
Neste tipo de romances há também cenas de sexo, umas vezes mais explicito do que outras, mas de uma maneira geral escrito com poucos pormenores. O género quer-se romântico e não erótico. O resto, às vezes é melhor outras é pior, às vezes a estória em si até pode ser interessante e a escrita bastante razoável, havendo mesmo uma caracterização dos personagens bastante boa, dentro do género claro.
Descobri o livro do título deste post através da menção no facebook por parte de uma amiga. Vai daí fui procurar na net e lá consegui encontrar e comecei a ler. Eu estava preparada para ler um romance cor de rosa, mas acabei a ler o pior livro que alguma vez alguém já escreveu. Eu já li a minha parte de maus livros e troço o nariz a muitos escritores que são adorados por esse mundo fora, mas caramba a esses, pelo menos reconheço algum talento e se não saem do registo que lhes deu a fama é porque sabem que isso significaria menos vendas...
Ninguém pode escrever um livro e esperar que alguém os leve a sério quando enche o o seu texto com expressões parvas como: holy shit e holy crap e  apresenta-se como sendo a  de uma jovem que lê, é inteligente e tudo mais. Em suma a caracterização dos personagens é bastante pobre. Há depois a pouca veracidade do protagonista masculino ser um jovem de 27 anos e ser muito rico, mas não rico porque é um herdeiro mas sim porque fez a sua fortuna, aos 27 anos custa a crer!!
Mas passando todos estes pequenos grandes detalhes e chegando ao mais importante o enredo e desenvolvimento são do mais inexistente possível, basicamente conhecem-se e pouco depois começam uma série de encontros que acabam sempre ou vá quase sempre na cama e aqui é onde muita gente troce o nariz ao livro. Há ali toda uma descrição de cenas com recurso a objectos usados no sadomasoquismo, há quem goste mas sinceramente ainda estou para entender o prazer que ser espancado pode dar...
Contudo, isto não é o que mais me choca, tenho a mente aberta, o que me choca é mesmo o personagem masculino ter conquistado umas quantas mulheres por esse mundo fora!! A sério!! Choca-me não pelas práticas de sadomaso que ele gosta de praticar mas porque ele parece ter uma possessividade pouco saudável em relação à mocinha do livro, sentimento de posse ainda concordo, mas querer controlar tudo e inclusive vangloriar-se de ter ido onde mais nenhum foi, isto é, ter-lhe tirado a virgindade... Christian Grey é, na minha opinião, um homem abusivo, não um homem movido pelo amor.
se a leitura do livro não me tivesse chocado o suficiente, o que li a seguir teria, então não é que já compraram os direitos do livro para filme??? Mas que enredo é que isto tem?? Basicamente um monte de cenas de sexo, e da forma como os americanos são nem quero ver que volta vão dar a isto.
Uma coisa é certa uma coisa tão má ter tido tantas vendas é deveras fascinante e aquilo que se vai dizendo do livro por essa internet fora também.

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