domingo, 5 de junho de 2011

Escrever...

Bebe canecas de café e escreve pequenas observações e ideias para histórias com a sua melhor caneta de tinta permanente nas páginas brancas de dispendiosos cadernos de apontamentos. Às vezes, quando lhe está a correr mal, pergunta-se se aquilo que crê ser amor à palavra escrita é na realidade apenas um fetiche por papel. O verdadeiro escritor, o escritor nato, escrevinha as suas palavras em bocados de lixo, nas costas dos bilhetes de autocarro, na parede de uma cela. Emma fica sem saber o que fazer com algo inferior a papel de 120 gramas.
Mas noutras alturas dá consigo a escrever alegremente durante horas, como se as palavras ali estivessem estado sempre o tempo todo, contentes e sós no seu apartamento de um só quarto.


do livro Um dia de David Nicholls

Nenhum comentário: