segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Do acaso

Um dia um rapaz passa na rua, acotovela uma mulher, olha-a, volta-e e segue o seu caminho. Não conhece essa mulher que tem prazeres, desgostos, amores de que ele não participa de modo algum. Não existe para ela, e talvez, se lhe falasse, essa mulher o escarnecesse como Margarida escarneceu de mim.
Passam-se semanas, meses e anos, de de súbito, seguindo cada um o seu destino numa ordem diferente, põe-nos a lógica do acaso em frente um do outro. A mulher de que falamos torna-se amante desse homem e ama-o! Como? Porquê? As suas duas existências confundem-se numa só, a intimidade começou e já lhes parece que existiu sempre, e tudo que precedeu se apaga da memória dos dois amantes. É curioso, devemos confessá-lo.


In " A Dama das Camélias" de Alexandre Dumas Filho.




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